sexta-feira, julho 28, 2006

Na madrugada veio um chuvisco. Ainda não foi desta vez o começo da seca sem fim. Ela virá?
Na manhã sigo ao lado dos homens acordados. São oito horas e estamos em grande agitação. Os seres dos sonhos recolhem-se. Leio notas sobre a guerra, a interminável. Relembro uns versos. Ouço os latidos de um cão prisioneiro, pios de aves prisioneiras, ronco de motores à explosão. Conto as batidas do coração, conto as marteladas produzidas por um trabalhador que não vejo, conto quatro colheradas de pó, uma de açúcar, duas xícaras de água, três minutos e meio... Vou contando. Volto às notícias sobre a guerra. Desentendo o mundo. Não há qualquer motivo para prosseguir e prossigo.
Decido-me: às ruas! Ainda não foi desta vez o começo da chuva sem fim. Ela virá?

1 Comments:

Blogger fernando a. stratico said...

Olá, Haroldo
Fazia já algum tempo que eu não passeava por aqui. A paisagem se modifica rapidamente. Vejo que algumas crônicas brotaram. Lindas crônicas. Beijão

6:52 PM  

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