segunda-feira, novembro 20, 2006

Chovia. O eu procurava o verbo. Vibrava. A chuva percorria o oco. A poeira dos olhos, a densa memória, o calor do sangue, nas águas se perdiam. O eu escondido em pequenezas; a tempestade gritando em baixo profundo – assim se ia, entardecendo. No instante, uns arrepios. Desconfianças. O mundo insinuava quedas. E se... – perguntas, flutuações, quase desgostos. As gotas, desde o céu enfileiradas, seguiam rota certeira: canteiros, raízes, flores, bueiros e poças. A chuva, em solo, brilhava. Sempre mesmo é o nada – o eu, em solo, cismava.