sábado, outubro 07, 2006

aurora
chuvisco no pântano
tece em faíscas de seda
frestas na pupila
sol manso
negro com missal
atraso, cheiro a lavanda
peixe e pão ao senhor
sol quente
berço pendurado
desce a janela macio
chocalho com véu
noitinha
janela fechada
represa o ritmo da rua
ruído na pele
(exercícios poéticos, de 1990)

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Haroldo

Muitos documentos dessa relação frutuosa em que você e seu filho se confundem numa identidade amistosa...

Bom, ótimo, que ele tenha encarnado mais que sua química. Sua brandura se expressa muito bem nele. A ponto de poder tranquilamente ser reconhecida como uma qualidade individual...

Sempre foi assim... As novas companhias nos julgam brilhantes específicos. Quem nos conhece, no entanto, reconhece a verdade atemporal e assiste em nós mais que o tempo da própria pessoa que nos observa...

Filhos.

São a eternidade viva. A eternidade incessante.

A outra, empírica, termina numa sentença.

Ficou lindo. Ficou linda. A eternidade de vocês ficou linda ali, no jardim japonês. Obrigado, pelo belo momento.

Posso visitar esse jardim mais vezes?

Beijos

Sidney Giovenazzi

10:03 PM  
Anonymous Anônimo said...

Nuvem,tudo é nada nesse existir...Tuas palavras fazem o existir. O subsolo te aplaude.

8:29 PM  

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