quando chovia, muito chovia
e os ventos por demais ventavam
sopros e águas, águas e sopros
era o que se via, era o que se sabia
as cordas, as teclas, os metais e os dedos
as telas, as tintas, os pincéis e os dedos
as letras, os sinais, os metros e os dedos
era a matéria que havia, pois a chuva seguia
os olhos abertos percorriam veios d’água
nas orelhas-conchas os ventos ressoavam
das mãos um mundo novo brotava
depois, foi a vez da estiagem sem fim
a tormenta ocultou-se entre outros guardados
na arca dos contos que contam o fim
e os ventos por demais ventavam
sopros e águas, águas e sopros
era o que se via, era o que se sabia
as cordas, as teclas, os metais e os dedos
as telas, as tintas, os pincéis e os dedos
as letras, os sinais, os metros e os dedos
era a matéria que havia, pois a chuva seguia
os olhos abertos percorriam veios d’água
nas orelhas-conchas os ventos ressoavam
das mãos um mundo novo brotava
depois, foi a vez da estiagem sem fim
a tormenta ocultou-se entre outros guardados
na arca dos contos que contam o fim
3 Comments:
nossa! adorei esse último verso .. as últimas duas frases.
vou copiar para guardá-las comigo ok?
guardarei a autoria também. :)
Mas confesse, você bem que gosta de andar no meio de um aguaceiro...
caminhar nas águas
atravessar mares vermelhos
repousar em cruzes
e outros ofícios sagrados
beber poções
esfregar ungüentos
inventar em sonetos
e em outros metros inventados
eis uma boa lista
de afazeres por fazer
quisera conquistar sorrisos, marcos
apesar, nunca é tarde
solene, percorro este beco
por igual, chegarei a outro doce prado
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