Logo ali abaixo há um texto longo, ou muitos trechos reunidos. Foram escritos em um caderno de viagem. Há muitos anos escrevo diários. É uma entre as manias, um entre os costumes. Editei este, cortando uma coisa ou outra, mas principalmente transcrevi.

Tenho meditado sobre esta prática de escrita e encontrei um certo Baldassare, personagem de Amin Maalouf, a descrever meu encantamento com ela de maneira muito apropriada. Valho-me de suas palavras:

...às vezes eu me pergunto: por que redigi-lo, com esta escrita velada, quando sei que nunca ninguém a lerá?; quando, melhor dizendo, desejo que ninguém o leia? Porque, justamente, ele me ajuda a esclarecer meus pensamentos e minhas lembranças, sem que eu tenha de me trair confiando-os a meus companheiros de viagem.

Outros que não eu escrevem como falam; eu escrevo como calo.