terça-feira, julho 15, 2008

Viver é coisa sem fim.
Na manhã, a água fervente escorre. O líquido negro invade o escuro. Na borra, no fundo do saco, resta um sussuro: viver, viver, viver.
Na página, no céu, no terreno – em branco, em azul, em preto – há o desenho. Ele não se deixa ver. No espaço há o som, há notas ainda em silêncio. A canção não se deixa ouvir. Na antecâmara o homem respira. Sorve o ar momentâneo com os olhos entreabertos, na busca de um foco, de um qualquer entendimento. Nada existe e está tudo pronto.
Viver é sem começo.

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