quinta-feira, janeiro 15, 2009

Cerco. Cerco. Cerco-me.
Tudo é luxo neste verão: tempestades, música, beberagens de líquidos – magias. O Quinteto Violado conduz o coro – no passado. Um presente na noite, na quinta. Mesmo as dores nos olhos exaustos de imagens da guerra, mesmo a ignorância completa, mesmo esses e os outros muitos fatos são incapazes de consumir a alegria latente – latejante – filha da luz, tamanha!
Juntas, ou quase, as coxas ousam insinuar um triângulo. As idéias ousam brotar entre estas pernas minhas encostadas dolorosamente ao chão. Como seria viver sem o dever de ordenar aos ombros: abram-se, livrem-se, soltem-se...? Uma valsa rega a imaginação do homem encolhido, encolhido em si, dobrado sobre o chão da casa, aquela pregada sobre a outra e sobre a outra e sobre a outra, elas todas sobre o chão preso ao centro da terra – ao fogo! Mu Carvalho está ao piano. A brisa denuncia a impossibilidade de outra tempestade.
Longa é a noite. E ela é só isto: escuro – o Sol a brilhar na Palestina onde há gritos – e claro – as lâmpadas da casa ainda acesas em homenagem à música.